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Vale da Veiga

Foto: Foz Côa Friends

Estação e Foz do Côa

30 de Junho de 2012

Foto: Foz Côa Friends

Paisagem avistada junto ao Castelo Velho - Freixo de Numão

26 de Maio de 2012

Foto: Foz Côa Friends

II Passeio pedonal pela Linha do Douro

Quinta abandonada - Almendra

Foto: Foz Côa Friends

II Passeio pedonal pela Linha do Douro

Rebanho nas proximidades da Srª do Campo - Almendra

Foto: Foz Côa Friends

Terrincas

Amêndoas verdes

Foto: Foz Côa Friends

Douro

Rio Douro próximo da estação de Freixo de Numão / Mós do Douro

Foto: Foz Côa Friends

Linha do Douro

Viaduto da Linha do Douro no Vale Canivães entre o Pocinho e a foz do Côa.

Foto: Foz Côa Friends

Pocinho

Vista geral sobre o Pocinho a partir do santuário da Srª da Veiga.

Foto: Foz Côa Friends

Pocinho

Um dos muitos pombais existentes na região.

Foto: Foz Côa Friends

Foz do Côa

Onde o Côa e o Douro se abraçam.

Foto: Pedro Pego

Foz do Côa

Onde o Côa e o Douro se abraçam.

Foto: Foz Côa Friends

Foz Côa

Lagoa

Foto: Foto Felizes

Flor de Amendoeira

Foto: Foz Côa Friends

Igreja matriz de Almendra.

Templo do séc. XVI em estilo manuelino e maneirista.

Foto: Fernando Peneiras

Pelourinho de Almendra

De acordo com a sua feição quinhentista, o pelourinho datará dos anos seguintes à atribuição do foral manuelino em 1510.

Foto: Fernando Peneiras

Foz Côa

Câmara Municipal e Pelourinho

Foto: Foz Côa Friends

Pocinho e Cortes da Veiga

Vista geral

Foto: Adriano Ferreira

Quinta da Ervamoira

Foto: Adriano Ferreira

Foz Côa

Amendoeiras floridas

Foto: Adriano Ferreira

Foz Côa

Floração da amendoeira.

Foto: Adriano Ferreira

Túnel das Pariças

Linha do Douro - Castelo Melhor

Foto: Foz Côa Friends

Foz do Côa

Nevoeiro sobre a foz do Côa.

Foto: Foz Côa Friends

Quinta da Granja

Foto: Foz Côa Friends

Douro

Quinta da Granja

Foto: Foz Côa Friends

Douro

Próximo da Quinta das Tulhas

Foto: Foz Côa Friends

Douro

Próximo da Quinta das Tulhas

Foto: Foz Côa Friends

Douro

Próximo da Quinta das Tulhas

Foto: Foz Côa Friends

Douro

Saião (Pocinho)

Foto: Foz Côa Friends

Douro

Próximo da Quinta das Tulhas

Foto: Foz Côa Friends

Linha do Douro - Caseta

Próximo do Côa

Foto: Foz Côa Friends

Foz Ribeira Aguiar

Próximo da estação de Castelo Melhor

Azulejos

Estação de CF do Pocinho

Manifestação pela reabertura da Linha

Porto

Foto: Foz Côa Friends

Castelo de Numão

Foto: Foz Côa Friends

Capela do Anjo S. Gabriel

Castelo Melhor

Foto: Foz Côa Friends

Castelo Melhor

Foto: Foz Côa Friends

Castelo Melhor

Foto: Foz Côa Friends

Quinta da Granja

Foto: Foz Côa Friends

Quinta da Granja

Foto: Foz Côa Friends

Concerto no Museu do Côa

Foto: Foz Côa Friends

Figos e Amêndoas

Foto: Foz Côa Friends

Foz do Côa

Foto: Filipe Inteiro

Orgal

Foto: Foz Côa Friends

30 janeiro 2012

Barca do Douro, o Porto do Seixo e a Veiga de Santa Maria - Parte II

PARTE II

(ver parte anterior)

AS BARCAS DE PASSAGEM

Na Idade Média - e durante ainda vários séculos depois - os rios portugueses constituíam excelentes linhas de comunicação.

A navegação fluvial desempenhava papel económico relevante, não só pelo volume de mercadorias que transportava, o que diminuía os custos, mas também pela segurança e rapidez que oferecia aos carregamentos.

As barcas desempenhavam ainda um outro papel igualmente importante no sistema de transportes para além da navegação ao longo dos rios, até finais do século XIX, a travessia de pessoas e bens, uma vez que as pontes rareavam, mormente nos principais rios, cabendo os encargos e benefícios dessa travessia, dum modo geral, às autoridades locais que a arrendavam a um barqueiro.

(Rio Douro - Barco de passagem)

Desde a Idade Média até praticamente ao Século XX, que no Alto Douro se assinalam muitas dessas barcas de passagem apoiadas por outros tantos portos nesses locais. A denominação de porto aplica-se genericamente ao sítio onde a travessia normalmente era feita, sendo que alguns deles dispunham de um "cais", muito rudimentar, para facilitar o embarque; muito rudimentar porque a alteração constante do nível das águas ao longo do ano, mais não permitia.

Os portos/cais que alguns tiveram oportunidade de conhecer no Douro antes do seu desaparecimento devido à construção das barragens, de melhor construção e maior envergadura, estão já ligados a criação da Companhia dos Vinhos do Alto Douro, servindo para o transbordo das mercadorias dos carros de bois para os barcos.

Pensa-se que já no período medieval se distinguia entre barco e barca, sendo aquele de menores dimensões e com quilha, servindo para a faina da pesca e eventualmente para a travessia de algumas, poucas, pessoas.

Outros tipos de embarcações transpunham as águas alto-durienses, como a bateira que chegou praticamente até aos nossos dias - nos rios Sabor e Côa - e um tipo mais primitivo, a jangada de odres de cabra, apoiada em algumas tábuas.

O calado das barcas variava consoante o local de passagem e o movimento deste.

Através de documentos medievais galegos, sabe-se que a barca de Barbantes, no porto de Orense, tinha 6 metros de comprimento por quase 4 m de largura e carregava três carros de bois e muitas pessoas: possuíam estas barcas as mais das vezes fundo plano e tanto a proa como a popa eram achatadas.


A travessia estava sujeita ao pagamento de uma taxa, paga ao barqueiro, além de um imposto cobrado por particulares a quem a mesma tinha sido concedida como privilégio, quando era o caso; este e outros privilégios foram extintos pelo governo liberal em 1832.

O rendimento das barcas, mormente as localizadas em sítios de maior movimento, foi desde sempre disputado, principalmente entre os Municípios e a Coroa, pois esta muitas vezes utilizou as barcas, delas espoliando as autoridades locais, como forma de pagamento de favores a particulares.

Quanto aos preços pagos pelo serviço das barcas, através dos documentos galegos supra, sabemos que no século XV, uma pessoa pagava 2 dinheiros, uma besta sem carga 1 dinheiro e mais 1 branca por carga de vinho, peixe ou pão, 20 maravedis por um porco, 3 maravedis por uma fanega de cevada, 16 dinheiros por uma galinha e um dinheiro por um pão.

A administração das passagens por barcas era direito dos alcaides-mores dos Concelhos. A sua fiscalização, quando existia, era da obrigação dos almotacés, ou seja, os oficiais municipais encarregados da polícia do comércio interno dos Concelhos. Os barqueiros estavam sujeitos a uma vigilância algo apertada, pois através deles se facilitava o contrabando, tanto interno como externo, prevendo os regulamentos alfandegários as suas transgressões, chegando-se mesmo no Século XVIII a proibir-se a circulação fluvial em determinados dias. O ofício de barqueiro estava vedado a mouros, judeus e negros.

Para um cristão medieval, a edificação de pontes e/ou sua reparação e a instalação de barcas e/ou sua manutenção, eram tidas como obras pias, por essa razão, várias pontes e barcas que existiam nos caminhos percorridos por peregrinos, resultavam de legados, por vezes avultados, deixados em testamento, tanto por clérigos como por particulares.



O pagamento do serviço da barca de passagem, na época medieval, era designado por navagem ou navegagem, assumindo posteriormente as designações de frete ou tarifa.

Elevado era o número de barqueiros no nosso País, pois poucos eram os trajectos que não incluíam a travessia de um curso de água onde a barca fosse necessária. Em 1796, o Douro a montante da Régua, possuía 19 barcas para a sua travessia, 8 das quais se encontravam nos termos de Freixo de Numão/ViIa Nova de Foz Côa e seus vizinhos de Carrazeda de Ansiães, Vilarinho da Castanheira e Torre de Moncorvo.

Num inquérito realizado aos portos de fronteira em 1822, foram recenseadas cerca de três centenas de embarcações, sendo o seu número no final do Século XIX ainda superior a 100.

Como foi referido anteriormente, nem sempre as relações entre os Municípios de ambas as margens do rio Douro, nesta região onde nos encontramos, foram as mais pacíficas, pois já os vetustos Concelhos de Numão (1130) e de Santa Cruz da Vilariça (1225), a propósito da definição do proprietário da Veiga de Santa Maria (Monte Meão), levaram a que D. Afonso III, em 8 de Fevereiro de 1273, decidisse com as partes litigantes, que aquele território passaria a ser cultivado por ambos e divididos os frutos a meias, com a ressalva de que o porto e a barca, os seus direitos e pertenças, fossem propriedade da Vilariça (Carta 1273).

Com a criação dos Concelhos de Torre de Moncorvo em 12 de Abril de 1285 e de Vila Nova de Foz Côa em 21 de Maio de 1299, os problemas e disputas pela posse das duas margens por parte de TM, irão manter-se.

Os desaguisados pela posse da barca de passagem, mantidos ao longo de séculos, têm a sua génese nessa luta pelo território.



 Continua...                                                                                                                              

                   
Este texto é uma versão resumida do artigo "O Douro, Vila Nova de Foz Côa e Torre de Moncorvo – Duas margens de alguma conflituosidade na Idade Médiada autoria de CARLOS A. F. d’ABREU e JOSE IGNACIO de la TORRE RODRÍGUEZ publicado no nº 0 da revista CÔAVISÃO no ano de 1998.

Nota:
Em relação ao artigo publicado na CÔAVISÃO, foram adicionadas as imagens e feitas pequenas alterações ao texto para permitir a ligação entre as partes que se pretendeu publicar.
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27 janeiro 2012

XXXI Festa da Amendoeira em Flor e dos Patrimónios Mundiais


De 24 Fevereiro a 11 Março




Rota das Amendoeiras em Março de 2012 - Assista ao despertar da Primavera!

Embarque na memorável viagem da Rota das Amendoeiras e deixe-se deslumbrar pelo vasto cenário florido de uma das regiões mais verdejantes de Portugal. 

Sendo o mais antigo programa turístico da CP, a Rota das Amendoeiras permite-lhe viajar por percursos únicos, onde a história e a tradição andam de mãos dadas com a beleza das paisagens. Uma viagem de cortar a respiração. 

Percorrendo as Terras do Alto Douro e Trás-os-Montes em comboios especiais, no percurso Porto-Campanhã/Pocinho e volta, a Rota das Amendoeiras está complementada com 3 circuitos rodoviários à sua escolha. 

Toda a informação: aqui


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25 janeiro 2012

Sobre Carris



No passado dia 2 de Agosto de 2011 a Associação Foz Côa Friends, através do grupo do Pocinho no Facebook, foi convidada a participar num vídeo sobre o troço da Linha de Caminho de Ferro entre o Pocinho e Barca D'Alva.

O convite foi-nos endereçado por Rui Ribeiro, entusiasta dos Caminhos de Ferro e fundador da webrails.TV, que se deslocou propositadamente à nossa terra com o objectivo de recolher testemunhos locais sobre este troço de ferrovia que, por enquanto, permanece encerrado apesar das promessas e da mais que comprovada necessidade da sua reabertura.

Questionado sobre o porquê do seu interesse, Rui Ribeiro referiu que vira e lera notícias sobre as acções empreendidas pela associação Foz Côa Friends em defesa da reabertura da linha entre o Pocinho e Barca D'Alva e que pretendia dar o seu contributo a esta causa.

Foram dois dias de intenso trabalho na recolha de imagens e depoimentos que testemunham a importância que o troço de Linha entre o Pocinho e Barca D'Alva teve num passado recente e que poderá readquirir, se as promessas se cumprirem.

A Associação Foz Côa Friends gostaria de realçar este exemplo de participação cívica e agradecer a Rui Ribeiro o valioso contributo que o seu trabalho vem dar à defesa deste troço de linha.

Aqui fica a primeira parte do trabalho de Rui Ribeiro que contou com a colaboração de Luís Branquinho, um membro da Associação Foz Côa Friends.

Associação de Amigos do Concelho "Foz Côa Friends"
José Lebreiro
(Presidente)




Actualizado em 8 de Fevereiro de 2012 com a 2ª parte (vídeo seguinte):


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22 janeiro 2012

II CONCURSO DE FOTOGRAFIA - Amendoeiras em Flor e dos Patrimónios Mundiais



ENQUADRAMENTO DO CONCURSO:
O Alto Douro Vinhateiro na sua generalidade, e o Concelho de Vila Nova de Foz Côa em particular, afirmam-se cada vez mais como destinos turísticos por excelência neste nosso interior profundo. A região, possui diversas potencialidades endógenas, o que nos permite cada vez mais sentir este crescendo de procura turística.
O cartão-de-visita por excelência desta região é sem dúvida a paisagem, uma paisagem que se transforma por completo em cada estação do ano. O Alto Douro Vinhateiro e o Parque Arqueológico do Vale do Côa, coadjuvados com outras pérolas de valor histórico incomensurável, tais como, os sítios arqueológicos do Castelo Velho, do Prazo, do Rumansil e do Castanheiro do Vento, transformam este local único, irrepetível e de um deslumbre poético indescritível.
O museu do côa, cereja em cima do bolo, autêntica obra de arte, “encavado” no vértice da ribeira do côa, encontra apaixonadamente o Douro, fazendo-o despertar e fundindo-se com ele.
O Museu da Casa Grande, o Castelo de Numão, os muitos miradouros que encontramos um pouco por todo o lado, as maravilhosas quintas setecentistas e a cultura do vinho e do azeite. Os vinhos do Porto (generoso, para nós) e de mesa (internacionalmente conhecidos), enchem-nos de orgulho com a qualidade que oferecem.
Do manto branco que cobre toda a região por altura das amendoeiras em flor, dos caminheiros que cada vez mais vêm descobrir os maravilhosos trilhos que existem nesta região, das condições excepcionais para a observação de aves rupícolas que nidificam nesta região (Grifos, Britangos, Águias Reais, Cegonhas Negras, Águias de bonelli e Bufos Reais), da maravilhosa linha do Douro. E mais, muito mais…”

Entrega de trabalhos: Até ao dia 4 de Maio de 2012
Entrega de Prémios: 20 de Maio de 2012

INFORMAÇÕES E ENTREGA DE TRABALHOS
Fozcôactiva, E.E.M
Av. Cidade Nova Nº 2
5150-566 Vila Nova de Foz Côa
Telf. 279 760 324
Fax. 279 760 325
Regulamento do Concurso – PDF



18 janeiro 2012

Exposição “Ribadelago, a morte de uma aldeia”

 De 22 de Janeiro a 19 de Fevereiro

Sala de Exposições do Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa



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“No fatídico dia 9 de Janeiro de 1959 uma forte enxurrada engrossou o caudal das águas do rio Tera, um afluente do Douro, e rebentou o dique da Barragem Hidroeléctrica de Moncabril, engolindo quase por completo a aldeia de Ribadelago, aninhada junto ao grande Lago de Sanábria, a 14 quilómetros da cidade de Puebla de Sanábria.

Parte da localidade ficou submersa. E também dividida em duas, pois a impetuosidade das águas arrastou a ponte que fazia a ligação entre as margens. Os prejuízos materiais foram incalculáveis, mas as perdas humanas tiveram um saldo dos mais negros da história das catástrofes naturais no país vizinho: 144 mortos, famílias inteiras destroçadas, pessoas desaparecidas e dezenas de feridos.

(…)

A desgraça deixou marcas em todo um povo, houve transformações no espaço físico, do processo de reconstrução nasceu uma aldeia nova, com amarguras velhas. Seguiu-se adiante, mas com muito pesar. São anos atrás de anos recordando esses momentos, é doloroso, quase todos os sobreviventes perderam alguém, é difícil não chorar ao ver as fotografias"

Fonte: JN (11/01/2009)


17 janeiro 2012

Quem tudo quer, tudo perde.

"O turismo que se vê mas não se sente."

Como facilmente se depreenderá, pessoalmente nada me move contra as empresas que actuam como operadores turísticos, com os seus bonitos e faustosos barcos, no rio Douro. O que realmente me irrita é a incompreensão e insensibilidade dos seus proprietários quanto à partilha dos proveitos mas também de responsabilidades.


É um facto, que o Douro e toda a sua envolvência são a única razão da existência (o seu sustento) destas empresas, logo, manda uma boa gestão e ainda o bom senso promover uma harmoniosa cooperação com toda a região duriense e suas gentes, mas não, estas empresas operam de costas voltadas a quem lhes “dá o pão” (quem tudo quer, tudo perde). Naturalmente, que esta situação desajustada e de certa forma egoísta não se poderá eternizar, tanto que, já gerou manifestações de desagrado e obviamente que a tendência é aumentarem.


"A Régua recebe todos os anos milhares de turistas, mas que usam a cidade apenas como lugar de passagem. As operadoras usam o cais e a estação de comboios e os turistas entre as ligações não têm tempo para pararem um pouco pela cidade. Os comerciantes estão indignados com a situação, apontam o dedo às operadoras e dizem que o simples facto de os turistas permanecerem algum tempo na cidade seria o suficiente para melhorar esta situação. Aguardam que as entidades responsáveis façam algo para resolver esta situação"




É do interesse de todos, nomeadamente da região duriense e dos operadores turísticos que se encontre uma solução, pelo crescimento do turismo, onde haja cooperação e envolvimento de todos, esta é a única receita que poderá garantir o desenvolvimento da região duriense e a sustentabilidade económica dos operadores turísticos.

Um negócio sério só é negócio se todas as partes envolvidas ganharem alguma coisa.

É urgente que os autarcas, operadores turísticos e a CP dialoguem no sentido de encontrar a melhor solução para o Douro e para quem o ama.

Anualmente sobem o rio Douro, em embarcações turísticas, cerca de 200 mil visitantes. 

João Pala



"O Alto Douro Vinhateiro, classificado património mundial pela Unesco, é um local paradisíaco com paisagens deslumbrantes, principalmente no limite de Vila Nova de Foz Côa, onde o rio serpenteia por entre montes vestidos de vinhedos, oliveiras e amendoeiras. Local de eleição para os amantes da natureza, nalguns locais, ainda selvagem."
Adriano Ferreira

Noticias relacionadas:





14 janeiro 2012

Douro Vinhateiro - Património da Humanidade. Por quanto tempo mais…?


O Movimento Cívico pela Linha do Tua (MCLT) considera que o relatório da ICOMOS, que sustenta que a construção da barragem de Foz Tua terá impactos irreversíveis na paisagem protegida do Douro, configura uma «situação da maior gravidade» a nível nacional. Daniel Conde, responsável do Movimento, acusa todos os Executivos de, nos últimos anos, esquecerem o estatuto do Douro Vinhateiro e o património do Vale do Tua. «É o património, a paisagem e o desenvolvimento que estão em causa», alerta.


Daniel Conde não tem dúvidas e refere que uma coisa é «absolutamente certa: se a barragem do Tua for avante, o Douro Vinhateiro deixará de ser Património da Humanidade».

Para o responsável, a «incrível marginalidade do contributo energético do pacote de dez barragens proposto [pelo anterior Governo de José Sócrates], mostra a ligação entre a asneira de novas barragens para colmatar a asneira de novos parques eólicos, e o escandaloso favorecimento das concessionárias à custa do Estado na forma de rendas de garantia de potência». 

Críticas que se estendem ao projecto arquitectónico a cargo de Souto de Moura: «o delírio de que um arquitecto, mesmo sendo um ‘Prémio Pritzker’, e umas esguichadelas de tinta salvarão o Douro Vinhateiro de ser desclassificado, mesmo que, tratando-se de uma ínfima parte do território que será devastadoramente alterada, seria uma lógica aceitável para uma criança de 10 anos». 

Daniel Conde recorda a desclassificação do vale do Elba, na Alemanha, para realçar que «a construção de uma ponte - também ela a ocupar uma porção infinitesimal do território – levou poucos anos a empurrar o sítio da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) para fora da sua bênção». 

E acrescenta: «no fim da construção, do descerramento da placa com o nome de Souto de Moura, e da última esguichadela de tinta no paredão de 100 metros de altura, o Douro Vinhateiro sairá da lista de Património da Humanidade, tão certo como dois mais dois serem quatro. Estamos falar da UNESCO». 
[…] 


Impactos severos: 

Sobre os impactos negativos, Daniel Conde enumera vários, «extensos, severos e irreversíveis: significará a ruína socioeconómica da região, a troco de uma produção de electricidade menos que marginal a nível nacional». 
[…] 
A nível agrícola, base de sustento da maior parte das famílias e da economia da região, «desaparecerão hectares de laranjal, olival, vinha de produção de Vinho do Porto de classe “A”, sobral e azinhal». 

«Mata-se também uma jóia da coroa turística, e o único transporte público de várias populações, com potencial para servir de porta de entrada para a região de todo o Noroeste e Centro Peninsular, e de outros destinos na Europa, seja pela linha de TGV Madrid – Vigo, que vai passar às portas de Bragança, seja pela renovação do aeródromo de Bragança para receber voos de companhias low cost», relembra. 

Já no que toca aos impactos ambientais, afirma que «a memória viva de um Douro desaparecido, e um habitat RELAPE (espécies Raras, Endémicas, Localizadas, Ameaçadas ou em Perigo de Extinção), serão obliterados para sempre. Espécies ameaçadas como a águia de Bonelli ou o lobo ibérico terão menos território ainda para sobreviverem, sem falar da potencial ameaça para o dado como extinto há alguns anos mexilhão de rio do Norte», lembra. 

E recorda que o relatório da UNESCO já afirmou categoricamente que não será possível conciliar a barragem com a paisagem do Douro Vinhateiro, e que «por muito criativo que julguem ser Souto Moura, ou muito artístico que julguem ser “pigmentar” um paredão de 100 metros de altura, em plena foz de um rio».


Perda no transporte ferroviário

Daniel Conde considera que nesta última década de Douro enquanto Património da Humanidade, a região ganhou «notoriedade» a nível mundial, o que suscitou investimento em infra-estruturas e recursos e produtos turísticos, «ultimando num extraordinário crescimento do número de visitantes e de dormidas». 
Contudo, refere que «a relação causa/efeito entre o galardão e o desenvolvimento da região é, no mínimo, ténue». No panorama ferroviário, «tudo foi sempre de mal a pior, onde para além de um meritório investimento na Linha do Douro entre a Régua e o Pinhão, se assistiu à perda do serviço Intercidades entre o Porto e a Régua, pela segunda vez em menos de 10 anos, e, claro, encerrou-se a Linha do Corgo – com pelo menos 6 km classificados como Património da Humanidade, e um serviço turístico efémero – e a Linha do Tua». 


«O próprio Censo de 2011 não deixou margem para dúvidas: a região continua a sangrar profusamente, perdendo mão-de-obra e massa crítica diariamente, havendo uma longa distância entre as causas de abandono sistemático do Interior e a da crise económico-financeira global para justificar este despovoamento. Mesmo em termos de equipamentos sociais básicos, como sejam hospitais, centros de saúde e escolas, nem mesmo o galardão serviu de garrote ao desinvestimento. Resta então uma reflexão: estará este galardão a ser levado a sério, ou deixado ao sabor único das iniciativas privadas, direccionadas quase em exclusivo para o domínio turístico?»,questiona. 


Para o responsável, a Região deverá sobretudo crescer para fora, reportando-se à sua extensão natural através dos afluentes do Douro: pelo Corgo até Vila Real e às zonas termais das Pedras Salgadas a Chaves; pelo Varosa até Lamego; pelo Tua até Mirandela e à Terra Fria Trasmontana; pelo Sabor até ao Planalto Mirandês; pelo Côa até ao sítio Património da Humanidade das Gravuras de Foz Côa. 

Por fim, Daniel Conde diz que «não precisamos de reinventar a roda, ou socorrermo-nos de grandes spots publicitários; basta que os diversos agentes turísticos da região, em conjunto com operadores turísticos e com o Turismo de Portugal, agendem uma série de protocolos de cooperação, e disponibilizem pacotes de experiências entre as micro-regiões turísticas presentes». 

Fonte e texto completo: Café Portugal - Ana Clara; Fotos - MCLT . 

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10 janeiro 2012

A Barca do Douro, o Porto do Seixo e a Veiga de Santa Maria - Parte I


PARTE I


INTRODUÇÃO

O vale do Douro, desde a fronteira portuguesa, tem uma paisagem bem diferente daquela que existe do lado espanhol; em Portugal forma um vale agreste e profundo que supõe, à partida, um importante obstáculo natural entre o norte e o centro do País - o Douro que separa.

Esta situação não impediu que as vilas criadas na Idade Média a norte do Douro, durante os séculos XII e XIII, tivessem território a sul do mesmo Rio como parte do seu alfoz (Santa Cruz da Vilariça, Urros) - o Douro que une.

As barcas para a travessia do Douro ajudavam a unir, todavia, pelos rendimentos que propiciavam, também dividiam, pois eram alvo de acesas disputas ainda antes do reinado de D. Dinis (monarca que cria os Concelhos de Torre de Moncorvo e Vila Nova de Foz Côa), disputas essas que se estenderiam ao longo de vários séculos.
A ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA MEDIEVAL
Numão/VNFC versus Santa Cruz da Vilariça/TM

Para perceber o problema criado em torno da barca do Douro e seu porto anexo, haverá que ter em conta dois aspectos:
  • O económico pois a barca supunha rendimentos muito importantes para o seu administrador e tanto os reis como os particulares, se encarregarão de reforçar ao longo do tempo a sua importância; portanto não estranharemos tais disputas quanto ao seu controle.
  • A imprecisão administrativa do território que favorece o desencadeamento de disputas territoriais.

As disputas centram-se entre os concelhos de Torre de Moncorvo e de Vila Nova de Foz Côa, herdeiros directos de outros dois concelhos anteriores a eles: Santa Cruz da Vilariça e Numão.

Numão seria, quando foi dotada de foral, a única vila importante à sua volta, numa zona onde os limites territoriais seriam claramente imprecisos.

O mesmo ocorreria com Santa Cruz um século depois ao norte do Douro.

Os Concelhos de Santa Cruz e de Urros não se circunscrevem à sua zona natural de expansão (norte do Douro), pois parte dos seus alfozes encontram-se a sul do dito Rio, ocupando uma franja territorial não muito extensa mas significativa.
Certamente que a única forma de aceder a estes territórios era por meio de barcas de passagem.

O aspecto fulcral da disputa centra-se na denominada Veiga de Santa Maria. Trata-se de uma enorme península que, a jeito de esporão, surge na margem esquerda do Douro, penetrando no vale da Vilariça. Devido a esta configuração geomorfológica, dá a impressão de que terras que deveriam estar situadas a norte do Douro se encontram a sul do mesmo. A este factor devemos acrescentar aspectos económicos, já que toda a veiga em si (Monte Meão em todo o seu conjunto) é terra própria para bons cultivos.

(Rio Douro - Monte Meão)

Torre de Moncorvo limita, não pelo Rio mas por terra, com Vila Nova de Foz Côa, na Veiga de Santa Maria.

Esta fronteira de alfozes já vem dos tempos dos Concelhos de Santa Cruz e de Numão que delimitavam os seus termos pela dita Veiga, repartindo-a equitativamente.

A disputa não surge pois em princípios do século XIV entre VNFC e TM, mas vem de trás, protagonizada pelos actores anteriores.


 Continua...                                                                                                                              

                   
Este texto é uma versão resumida do artigo "O Douro, Vila Nova de Foz Côa e Torre de Moncorvo – Duas margens de alguma conflituosidade na Idade Médiada autoria de CARLOS A. F. d’ABREU e JOSE IGNACIO de la TORRE RODRÍGUEZ publicado no nº 0 da revista CÔAVISÃO no ano de 1998.



Nota:
Em relação ao artigo publicado na CÔAVISÃO, foram adicionadas as imagens e feitas pequenas alterações ao texto para permitir a ligação entre as partes que se pretendeu publicar.

08 janeiro 2012

Museu do Côa em Série documental sobre Museus Portugueses, na RTP 2



A RTP2 transmite a partir do próximo domingo, 8 de janeiro, uma série documental de 13 episódios sobre 13 museus nacionais de arte, que se intitula "Um Dia no Museu".
A série será transmitida aos domingos, a partir das 19h30, e focará entre outros aspetos de interesse, o espólio artístico e a programação espaços culturais selecionados. 


Merece especial destaque o Museu do Côa, nomeado pelo Europeum Museum Forum para o prémio de Museu Europeu do ano 2012. Este museu será apresentado no segundo programa da Série, dia 15 de janeiro.


A partir de dia 8 ( domingo) serão transmitidos, semanalmente, os episódios relativos aos seguintes museus: Museu Nacional do Azulejo, Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Coa, Museu de Serralves, Museu Calouste Gulbenkian - Centro de Arte Moderna, Museu de Arte Sacra do Funchal, Museu Nacional Soares dos Reis, Museu Nacional de Etnologia, Museu do Chiado - MNAC, Museu Berardo (Museu de Arte Contemporânea de Elvas), Casa das Histórias Paula Rego e Museu Arpad Szénes-Vieira da Silva, Museu de Grão Vasco e Museu Nacional de Arte Antiga.

Em cada programa serão entrevistadas várias personalidades ligadas ao mundo da arte com o objetivo de dar a conhecer as diferentes "mais valias artísticas" existentes em cada museu (exposições temporárias, ateliês de conservação, equipas de trabalho, etc.).

A série "Um Dia no Museu" partiu de uma ideia original da produtora CRIM e conta com o apoio da RTP, IMC, IGESPAR, Kodak e de algumas câmaras municipais.

Fonte: IGESPAR

Caso pretenda desfrutar da oferta magnífica do Museu do Côa, visite-o!

Algumas informações (aqui).
Os Tesouros do Côa (Câmara Clara - RTP)
Museu do Côa



02 janeiro 2012

Mel - O adoçante natural das economias rurais

O mel e os seus derivados, a cera, a própolis, o pólen, estão a contribuir para o desenvolvimento de economias locais e em certos casos motivam mesmo a exportação. Este adoçante é produzido pelas abelhas e extraído de forma natural pelo homem.
O sabor e textura do mel variam consoante a região, dado o clima e a flora local. Resultam daí méis com diferentes características: de urze, rosmaninho, eucalipto, laranjeira. Por vezes a combinação de vários.
Portugal conta já com 12 denominações de origem geográfica.

A constituição de uma DOP do mel passa por "criar condições no sentido a evitar e controlar as doenças existentes, aumentar a qualidade dos produtos e aumentar a formação dos apicultores."
Fotografia de Adriano Ferreira
Fotografia de Adriano Ferreira

Não podemos esquecer que, a grande valia das abelhas não é a produção de mel mas sim a polinização dos ecossistemas, essencial para a vida, inclusivamente do homem.

Fonte: Café Portugal

Mel da Terra Quente – DOP (Denominação de Origem Protegida) abrange 10 concelhos: Mirandela, Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Vila Flor, Carrazeda de Ansiães, Torre de Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro, Vila Nova de Foz Côa e Valpaços, estimando-se em 450 os apicultores instalados nesses concelhos.

Fotografia de Adriano Ferreira
A produção anual de mel na Terra Quente ronda as 400 toneladas, predominando mel de rosmaninho (lavanda stoechas) temos também produções de mel de amendoeira (prunus sp), mel de castanheiro
(castanea sativa), mel de melada de carvalho, azinheira e sobreiro (Quercus sp), entre outras.

"Segundo a Legislação Apícola Nacional, Nomeadamente o decreto-lei nº 203/2005 e de acordo com as obrigações dos apicultores em zona controlada, todos os apicultores são obrigados a assistir às acções de informação/formação/divulgação realizadas pela entidade gestora da zona controlada e pela associação ou cooperativa a que pertence.

A não assistência às referidas acções pode levar á suspensão de ajudas ou apoios por parte do Estado (PRODER, PAN - Documentação 1A, Medicamentos 2A, Apoio Técnico 1B, Apoios Específicos 3A, etc.)"

Imagens de: Adriano Ferreira

Ver também: OS MUROS-APIÁRIOS DO PARQUE ARQUEOLÓGICO DO VALE DO CÔA